O Homem tem sonhos.
O meu sonho há 23 anos atrás foi o de criar um vinho que nos revelasse como
eram os vinhos antes da chegada da filoxera à Europa. Assim nasceu o PÉ FRANCO,
nome por que é comummente conhecido. Procedi ao plantio de 1,2ha de vides da
casta BAGA, como era uso na Europa pré-filoxérica, directamente em terreno
arenoso – uma forma de evitar o ataque às raízes do insecto indutor da doença,
dada a sua aversão (felizmente) a este tipo de solos. Após grande
ansiedade, fizemos a primeira vindima em 1995, 7 anos após a plantação. Em 2010 comemorámos a décima quinta colheita desse arrojo.
O vinho provém agora de
uma área aumentada para 2,5ha. Como cada videira produz apenas um cacho, ou seja, um
copo de vinho, é preciso o trabalho anual de seis parreiras para obter uma
garrafa. Isso deve-se não só à menor produção da videira não enxertada, mas
também devido às sucessivas mondas que efectuamos com o intuito de obter um
vinho muito encorpado, que possa assim esconder os taninos da casta e a acidez
característica do clima da região. Estes são factores fundamentais para lhe
darem uma capacidade de envelhecimento que ultrapassa a vintena de anos,
tornando-o um excelente vinho para celebrar a maioridade, o casamento ou outro
evento relevante para o filho ou a filha, com um vinho do ano do seu nascimento.